1. Estabelecer rotinas
As crianças aprendem através do exemplo, da ordem e das rotinas pelo que, é crucial que saibam aquilo com que podem contar para que se sintam mais seguras, estáveis e felizes. Assim, é importante organizar o quotidiano com tarefas e horários que só devem ser alterados quando algo se sobreponha, mas que também deve ser explicado como uma exceção. Deve existir um horário para cada tarefa, para a realização das refeições em família e todos à mesa, para tomar banho, estudar, passear e brincar, na medida em que desse modo, os mais novos aprendem também a gerir o seu tempo, a arrumar o espaço e a saber que um determinado local se destina a uma tarefa em concreto. Para além da satisfação diária que isso proporciona, a criação de rotinas facilita o desenvolvimento sadio e equilibrado.
2. Limites
A educação tem sempre de basear-se em limites compatíveis com a idade e com a estrutura de cada família, não correndo o risco do exagero, muito menos do desleixe. A criança ou jovem deve saber o que pode e não deve fazer e o motivo com regras claras e que se cumprem, seja pelos pais, seja pelos mais novos. Quem não conhece as regras de bom funcionamento em casa e nos espaços públicos, acaba por sentir-se inseguro, instável e a acreditar que está à deriva, que ninguém é capaz de ajudar ou a cuidar de si porque o deixam fazer de tudo. À medida em que o indivíduo cresce, acaba por sentir-se cada vez mais instável e deslocado, com sentimentos de insegurança e medos desnecessários. Quem cresce a controlar os pais com birras, acaba por acreditar que controla tudo e todos e, quando não o consegue alcançar, sente-se perdido, podendo recorrer à agressividade ou ao isolamento sendo que, em ambas as situações, a pessoa sente-se incapaz de resolver os seus problemas.
3. Tempo de qualidade
O tempo que passamos com os nossos filhos só é considerado de qualidade pelos especialistas quando envolve as lides domésticas, as tarefas da escola, mas também, os momentos que reservamos para brincar, para conversar, para ouvir os seus problemas e medos, para sair e estar pura e simplesmente com eles; sem ecrãs, distrações, só com eles. É muito importante que os filhos sintam essa disponibilidade dos pais que, diariamente organizam o seu tempo de modo a poder estar ali sem mais nada a não ser a apreciar o valor dos seus descendentes. Pode não ser muito tempo, mas quando acontecer o encontro, este deve ser intenso, livre e com disponibilidade para dar e receber, uma vez que, é daqui que resulta a relação de qualidade entre pais e filhos que perdura pela vida fora, alertam os entendidos na área da psicologia.
Por fim, registe que, o melhor que uma criança pode sentir é que os pais gostam dela, que cuidam e que lhe dão afeto e atenção.
Organizar a vida diária sob estes pilares envolve sentir prazer em estar com os filhos, conversar mesmo de assuntos mais tristes porque a criança precisa de saber o que se passa, de modo adequado à sua idade para que não fique a imaginar que os pais estão tristes com ela e, quando estão aborrecidos com algo que fez, isso também deve ser explicado para que a criança possa melhorar e corrigir o erro.
Os pais não devem colocar nos filhos nem as suas frustrações, nem os seus sonhos, desejos e expectativas, mas sim, educar, estabelecer limites e rotinas e permitir que, nesse tempo de qualidade, conversem, aceitem-na tal como é e que ouçam aquilo que a criança ou jovem tem para dizer, o que gosta e não gosta de modo a sentir-se livre e não julgada.
As regras devem ser cumpridas, mas não rígidas ao ponto de não permitirem uma negociação quando assim for necessário, pois caso contrário, os nossos filhos vão aprender a mentir e a esconder aquilo que sabem que não conseguem cumprir. Um bom diálogo, amor, compreensão e afeto são a garantia de que, estes 3 segredos são a base de uma educação satisfatória, respeitosa e cúmplice, asseguram os entendidos.
Já agora, somos tão melhores pais quanto estivermos bem connosco próprios, por isso, cuide de si, ame-se, mime-se, respeite-se e exija também respeito aos que o rodeiam. Procure estar com pessoas que o deixem ser tal como é e que gostem da sua companhia, pois pais carregados de toxicidade, acabam por descarregá-la sobre os mais novos, concluem.