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Sinais de que algo pode não estar bem na sua mente

Esteja atento e peça ajuda se apresentar alguma alteração relevante e duradoura no seu comportamento.
Esteja atento e peça ajuda se apresentar alguma alteração relevante e duradoura no seu comportamento.  
Foto:Rawpixel.com (Freepik)
Fala-se cada vez mais em saúde mental e na sua importância, motivo pelo qual vale sempre a pena avaliar se está tudo bem connosco.

A mente e o comportamento humano têm manifestações muito variadas, e o facto de saírem do comum não significa que estejamos diante de algum tipo de problema. Ainda assim, os especialistas alertam que, apesar de em determinados momentos da nossa vida passarmos por “altos e baixos”, por fases menos positivas e que podem explicar algum mal-estar e instabilidade, também é de considerar que a mente pode adoecer, razão pela qual devemos estar atentos a alguns sinais.
 
Uma primeira manifestação de que algo pode não estar bem com a nossa mente é, por exemplo, fazermos algo que nos prejudique, que nos magoe profundamente e que igualmente possa ferir quem está ao nosso redor.
 
Não distinguir a fantasia da realidade e apresentar condutas ou ideias pouco adequadas também traduzem uma necessidade de pedir ajuda psicológica.
 
É importante registar que, os sinais que vamos apresentar abaixo, citados pela revista A Mente é Maravilhosa, são meras linhas de orientação para que a pessoa avalie se precisa ou não de apoio e de um diagnóstico profissional, no entanto, podem servir de alerta quando se tornam recorrentes e persistentes.
 

1- A perceção e os problemas na mente

A perceção é a capacidade de captar o mundo com os sentidos. O correto é perceber as cores, as formas, os cheiros, etc., tal como são. No entanto, e tendo em conta que cada pessoa tem o seu estilo muito próprio e que isso não traduz que tenha algum problema mental, o fundamental é avaliar se a nossa mente percebe o que realmente existe ou se “inventa” algo que não está ali. É comum, por exemplo, que quando estamos sozinhos ou num lugar estranho, que ouçamos sons e que tenhamos dificuldade em saber se estes existem ou não. Numa situação pontual, isso não traduz um qualquer problema, mas quando se torna recorrente, já se trata de um sinal de alerta.
 

2- A organização do pensamento

É compreensível que todos tenhamos momentos ou fases de dispersão. Passamos de um assunto para outro, ou de uma atividade para outra, sem muita ordem, a que se acrescenta o stress que igualmente ajuda a desestabilizar. Em geral, a consequência é “apenas” mais stress.
 
O problema aparece quando essa dispersão se transforma em incoerência e se mantém de forma quase constante. Tal incoerência refere-se a uma certa incapacidade de manter o fio condutor de um pensamento ou de uma conversa, sendo a fixação o ponto que mais se destaca.
 

3- As crenças inflexíveis e intensas são, em si mesmas, um problema.

Uma coisa é alguém ter uma convicção absurda, mas que a consegue superar. Isso quer dizer que lhe causa um mal-estar, nem intenso, nem constante, nem frequente. Neste caso, poderíamos falar de uma intolerância. Mas se essa crença fixa causar grandes doses de angústia, podemos falar de um problema de outro nível.
 

4- O estado de consciência

Na nossa vida diária existem muitos factos que fogem da consciência. Isso é próprio de qualquer mente “normal”. Por exemplo, acontece quando nos levantamos de uma cadeira para fazer alguma coisa e, assim que ficamos de pé, esquecemo-nos completamente do que iríamos fazer.
 
No caso destas fugas de consciência se tornarem corriqueiras, ou envolverem factos relevantes, podemos falar de um problema na mente. Se alguém faz alguma coisa e depois não tem ideia de por que ou para que ou como o fez, então há uma boa razão para suspeitar de que algo pode não estar bem.
 

5- A mente e a atenção

Os problemas de atenção têm a ver com uma ausência ou um excesso de concentração. Quando existe falta de foco, a mente dança de um lado para o outro, sem rumo. Por exemplo, a pessoa é incapaz de seguir os passos de uma simples instrução.
 
Se, pelo contrário, existe um excesso de foco, perde-se a atenção periférica, o que quer dizer que o sujeito é incapaz de se conectar com os outros quando dirige a sua atenção para alguma coisa. Obviamente, para que seja um problema da mente, este sintoma precisa de ser severo e de se manter presente durante o tempo que os critérios diagnósticos estipulam.
 

6- A memória e o reconhecimento

Os lapsos de memória e a incapacidade de reconhecimento podem ter muitas causas. Surgem do stress, da fadiga, ou do excesso de estímulos, entre outros fatores. A memória humana não é como a de um computador, sem esquecer que, as emoções influenciam muito na profundidade com que registamos um facto ou um dado.
 
O que algumas pessoas chamam de “lacunas mentais” ou amnésias parciais ou totais de factos relevantes constitui um indicador de que alguma coisa se está a passar nas suas mentes. O esquecimento recorrente, ou a incapacidade de reconhecer situações nas quais esteve envolvido, são fontes de suspeita de que algo não está bem.
 

7- A linguagem e a mente

A linguagem é o principal veículo do pensamento. Uma linguagem clara reflete uma mente clara. Quando temos um problema na mente, imediatamente isso manifesta-se através da forma como nos expressamos, em regra de modo confuso e pouco pertinente. É também de registar que, no âmbito da linguagem também temos de incluir o tom de voz, as expressões e gestos, bem como o olhar e os movimentos mais ou menos rápidos que se processam em torno de uma conversa.
 
Perante estes sinais, esteja atento e peça ajuda se apresentar alguma alteração relevante e duradoura no seu comportamento. O psicólogo é o técnico mais habilitado para proceder a este tipo de abordagem.