Em comunicado, o Movimento em Defesa dos Doentes com Cancro do Algarve do Algarve manifesta "profundo descontentamento" com a decisão tomada pelo Conselho de Administração do CHUA de enviar doentes com cancro do Algarve para Espanha para fazerem os seus tratamentos.
Na missiva enviada à comunicação social, é referido que num dos momentos mais difíceis da vida dos doentes e das suas famílias em que é diagnosticado o cancro "quando mais precisam do apoio dos familiares e dos médicos e enfermeiros confrontam-se com a decisão de serem empurrados para um país estrangeiro, onde se fala uma língua estrangeira, onde o apoio dos seus familiares é mais difícil e onde se têm que defrontar com uma outra cultura".
O Movimento lamenta que uma decisão desta natureza, "baseada apenas em critérios técnicos e de ordem económica e financeira é de uma tremenda insensibilidade social", e questiona porque motivo, "o critério proximidade da região de residência não foi tido em conta, tanto mais que as opções em cima da mesa do Conselho de Administração do CHUA eram entre uma empresa privada da região e uma empresa privada espanhola", sublinha.
Além de não perceber os fundamentos e os critérios que estiveram na origem da "estranha decisão", solicita informação sobre quem foram os elementos que participaram na decisão do concurso público internacional que está na origem desta escolha, quais os critérios que orientaram a sua decisão e que seja divulgada a ata da reunião que a fundamenta. Ao mesmo tempo, é solicitado que o concurso público internacional seja anulado, "porque viola o princípio constitucional de que todo o cidadão português tem o direito a ser tratado em território nacional", conclui.