A falta de água nas bacias do Alentejo é crítica desde 2015 e no Algarve desde 2020, alertou hoje o ministro do Ambiente, lembrando que na última década sete anos foram secos.
Falando numa audição parlamentar regimental, Duarte Cordeiro referiu as alterações climáticas e a gestão da água, fazendo um ponto da situação do que está a ser feito no Algarve e no Alentejo.
No Algarve, com 200 milhões de euros de investimento, foram apresentadas 34 candidaturas para reduzir as perdas no setor urbano da distribuição de água, das quais foram aprovadas 22, estando 12 em análise.
Nos aproveitamentos hidroagrícolas do Sotavento, do Alvor e de Silves estão em curso projetos de execução e já foram recebidas quatro candidaturas para melhoria do regadio privado.
Duarte Cordeiro disse ainda que foi lançada uma empreitada para a construção de 50 piezómetros (equipamento para monitorizar níveis de água nos aquíferos) e que ainda este ano devem começar as obras para aproveitar as águas residuais das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Vilamoura, da Quinta do Lago, da Boavista e de Albufeira.
Depois começa este verão a obra de duplicação da capacidade de transporte de água entre as barragens do Sotavento e do Barlavento, já terminou a obra de captação do volume morto da barragem de Odeleite, e já começou o processo de avaliação ambiental do projeto da central dessalinizadora de Albufeira, devendo começar este mês o da captação de água no Pomarão.
Quanto ao Alentejo, foi apresentado o Plano de Eficiência Hídrica, que prevê investimentos de 993 milhões de euros, essencialmente para a agricultura.
A maior parte das medidas, disse o ministro, são concretizáveis até 2027.
Este verão, afirmou, é lançada a empreitada para ligar a barragem de Monte da Rocha ao Alqueva.
O ministro do Ambiente salientou que o sul do país é a zona mais afetada pela falta de água mas lembrou os sete anos secos dos últimos 10, e que entre 2019 e 2022 os anos foram todos secos e quentes (temperatura do ar elevada e precipitação abaixo da média).
“Dos 30 anos mais quentes, em Portugal Continental, considerando o período entre 1931 e 2022, verifica-se que 22 ocorreram depois de 1990 e 15 desde 2000. O ano de 2022 foi o mais quente dos últimos 92 anos”, alertou também.
Lusa