Estudo alerta: "Tablets" e "smartphones" podem provocar atrasos na fala das crianças

 
Numa altura em que no mundo inteiro proliferam os "smartphones", "tablets" e jogos eletrónicos com ecrãs sensíveis ao tato, surge o primeiro estudo a associar esse uso ao atraso na fala.

 
O trabalho de investigação alerta que, há crianças que começam a usar esses dispositivos antes de falar, pelo que, correm um alto risco de atraso na fala.
 
Os pais disseram aos investigadores que, bebés de 18 meses, utilizam em média, esses dispositivos em períodos de 30 minutos, o que na posição dos especialistas, é um tempo muito elevado para crianças de tenra idade.
 
O estudo foi apresentado esta quinta-feira e será debatido nos EUA no sábado, mas para já fica o alerta dos investigadores perante as conclusões do trabalho.
 
Com base numa ferramenta para analisar atrasos na fala os investigadores concluíram que quanto mais tempo a criança usa o ecrã tátil mais provável é que tenha atrasos na fala. Por cada aumento de 30 minutos à frente de um desses aparelhos de ecrã tátil o risco de atraso na fala aumenta 49%, alertam os mesmos especialistas.
 
O estudo especifica que, as crianças menores de dois anos que usam ecrãs táteis, de telemóveis e outros dispositivos, tendem a começar a falar mais tarde, pelo que, o seu uso deveria ser limitado ou mesmo substituído por outro tipo de brincadeiras que estimulem a linguagem.
 
Tendo por base este trabalho da Academia Americana de Pediatria, que incluiu 894 crianças entre os seis meses e os dois anos e que foi feito entre 2011 e 2015, “não se estabeleceu qualquer relação entre os ecrãs táteis e outros atrasos de comunicação, como interações sociais, linguagem corporal ou gestos”.
 
"Embora as novas diretivas pediátricas sugiram que se limite o tempo de uso desses ecrãs nos bebés e crianças, o uso de "smartphones" e "tablets" por parte dos mais novos tornou-se muito comum. Este é o primeiro estudo a relatar uma ligação entre o uso dos aparelhos de ecrã tátil e um aumento de risco de atraso na fala expressiva", disse Catherine Birken, investigadora e pediatra.
 
Os resultados do estudo, “suportam uma recente recomendação da Sociedade Americana de Pediatria de se evitar a utilização de qualquer tipo de ecrã tátil por crianças com menos de 18 meses”, sublinhou.
 
Algarve Primeiro