Família

Vamos ajudar o nosso filho a ser mais confiante?

 
A confiança é algo essencial para enfrentar a vida nas mais variadas situações e, ao mesmo tempo, um motivo de inquietação para muitos pais que se envolvem em dúvidas.

 
O problema surge precisamente dos progenitores que também já enfrentaram os seus medos, e que acabam por temer que os filhos sintam essa falta de confiança.
 
De acordo com os especialistas, a questão deve colocar-se primeiro nos pais para que se possa transmitir aos filhos. 
 
Apesar da ansiedade que a questão pode envolver, é fundamental que os pais deixem os mais novos fazer as suas próprias conquistas e aprendizagens, bem como permitir que o erro faça parte da oportunidade de corrigir e de melhorar.
 
Ao mesmo tempo, é essencial ter em conta que se deve respeitar o ritmo de cada criança. Possibilitar que os mais novos desfrutem das oportunidades que cada idade lhes oferece, é um ponto a favor dessa autoconfiança.
 
Muitos pais tendem a “exigir” que os filhos se comportem como adultos e a orientá-los para as etapas seguintes, sem que possam aprender as particularidades básicas da sua idade. Este erro leva a que os mais novos se sintam pouco confiantes nas mais variadas experiências, uma vez que lhes falta a vivência das situações.
 
Ao invés de corrigir levianamente o erro, os pais devem ter a preocupação de mostrar o que falhou e de programar uma atividade que permita melhorar a tarefa. Desta forma, a criança fica com o “registo” de que, “afinal é capaz”, e que há várias soluções para o mesmo problema.
 
Para aprofundar o tema da confiança nas crianças, recorremos a Carl Pickhardt, psicólogo e autor de 15 livros sobre parentalidade. Ao Independent, este especialista contou que, os inimigos da confiança são “o desânimo e o medo”, por isso os pais têm o dever de encorajar e apoiar os seus filhos para que estes consigam lidar com tarefas difíceis.
 
O psicólogo considera tão importante a confiança que listou de forma simples, orientações que podem ajudar os pais a incentivar os mais novos para essa forma de estar na vida.
 
1. Aprecie o esforço da criança independentemente do que se possa ganhar ou perder com a tarefa;
 
2. Evite as pressões! 
 
Encoraje a prática como forma de construir competência numa área de que eles gostem;
 
3. Deixe-os descobrir e resolver os problemas por eles próprios;
 
4. Deixe-os comportar de acordo com a idade – não espere que o seu filho se comporte como um adulto quando deve ser criança;
 
5. Desperte para a curiosidade e motive os seus filhos para a descoberta; para a vontade de aprender em várias áreas;
 
6. Dê-lhes novos desafios e mostre-lhes que conseguem realizar pequenos objetivos para chegar a uma meta maior;
 
7. Evite criar ‘atalhos’ ou abrir exceções para os seus filhos – o tratamento especial pode transmitir falta de confiança;
 
8. Nunca critique o desempenho dos seus filhos – para não os desanimar é preferível dar-lhes feedback útil, sugestões e possíveis alternativas:
 
9. Trate os erros como blocos de construção para a aprendizagem. “O erro é um direito de quem aprende”.
 
10. Abra a porta a novas experiências mostre-lhes que independentemente de uma coisa ser muito diferente ou até assustadora, pode ser conquistada ou ultrapassada;
 
11. Ensine-lhes aquilo que sabe fazer;
 
12. Não lhes diga quando está preocupado com eles – muitas vezes a preocupação é interpretada como um voto de falta de confiança;
 
13. Premeie-os quando eles lidam bem com as adversidades;
 
14. Ofereça a sua ajuda e apoio, mas não em demasia;
 
15. Aplauda a coragem deles quando experimentam algo novo;
 
16. Celebre a vontade de aprender;
 
17. Não os deixe fugir da realidade ao passar demasiado tempo na internet;
 
18. Mantenha a autoridade e firmeza, sem perder de vista a necessária liberdade para compreender as situações e exigir o que é necessário.
 
Não se esqueça de que a disciplina também faz parte da confiança! As regras orientam e permitem comportamentos mais confiantes em diversas situações. O saber estar em sociedade “abre portas” para as relações com os outros e acrescenta a confiança.
 
Fátima Fernandes