Sociedade

TAVIRA:Feira da Dieta Mediterrânica quer afirmar-se pela qualidade

 
 
A quinta edição da Feira da Dieta Mediterrânica de Tavira decorre entre 7 e 10 de setembro, a abertura oficial decorre, no dia 07 de setembro, pelas 18h00, na Praça da República.

 
No momento em que Portugal e Tavira concluem a coordenação anual dos 7 Estados e Comunidades da Dieta Mediterrânica, com delegações dos países presentes na Feira, cumprem-se os objetivos de educação e transmissão dos valores ancestrais da Dieta Mediterrânica, com o desenvolvimento de programas de saúde alimentar comunitária e de estilos de vida saudáveis, de valorização dos produtos do mar e da terra, endógenos e de proximidade, estimulando relações de confraternização e partilha. 
 
Refira-se que no dia 8 está agendada uma Conferência intergovernamental que junta Estados e Comunidades da Dieta Mediterrânica, coincidindo com a Ano Internacional do Turismo Sustentável, para chamar a atenção dos agentes do setor e da população para a gestão correta de recursos não renováveis, decretado pela UNESCO para 2017. 
 
A apresentação da Feira da Dieta Mediterrânica, teve lugar esta quarta-feira na Autarquia, na presença de Jorge Botelho - edil de Tavira, Alexandra Gonçalves - Diretora Regional de Cultura do Algarve, Francisco Serra - Presidente da CCDR, Fernando Severino - Diretor Regional de Agricultura e Pescas, Desidério Silva - Presidente da RTA bem como de Artur Gregório a representar a Associação In Loco e Jorge Queiroz - Coordenador da Feira.
 
Jorge Botelho vincou aquilo a que chama de acontecimento "agregador", pela representatividade de entidades regionais envolvidas, "um motor de atração de visitantes à região, que se quer para todo o ano".
 
O autarca salientou essa vertente cada vez mais saliente, com a vinda de turistas, fora dos meses de verão, "pelo que a Feira da Dieta Mediterrânica, é um mostra da qualidade dos produtos algarvios, não só do setor primário, a gastronomia mas também o artesanato por exemplo".
 
Jorge Botelho acrescentou que " a restauração associou-se a este momento, e os hotéis estão lotados para os próximos dias", até porque conforme frisou "a Feira da Dieta Mediterrânica, vai muito além da gastronomia, contemplando uma programação vasta e abrangente da cultura à música da dança à expressividade, onde o visitante tem entre as 10h00 e a 1 da manhã, um sem número de propostas para apreciar".
 
No campo da música, entre muitos outros, destaque para os concertos, na Praça da República, pelas 22h30. No dia 07 de setembro os Deolinda; na sexta-feira, dia 08, o espanhol Miguel Poveda, figura destacada do flamenco; no sábado, dia 09, a fadista Raquel Tavares e a finalizar a festa, no dia 10, um concerto a pensar nos mais jovens, os HMB.
 
Sangre Ibérico, Monda, António Chainho, Savina Yannattou (Grécia), Capitão Fausto atuam, no palco do Castelo. Já a guitarrista Marta Pereira da Costa apresenta-se, na Igreja Misericórdia. 
 
Na Igreja das Ondas ouvir-se-á flauta, a voz e guitarra mediterrânicas de Isa Peixinho e Jorge Anacleto, temas e danças do mediterrâneo com Yan Mikirumov e Marco Fernandes, a harpa de Helena Madeira e o coro Jubilate Deo. 
 
Destaque, ainda, para as participações locais dos ranchos folclóricos, da Banda Musical de Tavira, dos grupos de música popular portuguesa e coral, das oficinas de danças tradicionais mediterrânicas, assim como de fadistas, no Largo da Capela de Nossa Sra. da Piedade.
 
Para os mais novos a organização pensou num programa especial. O Largo do Brincar, espaço para contos tradicionais com António Fontinha, Marionetas Mandrágora e Companhia Valdevinos, o espetáculo "Mão Verde" com música de Pedro Geraldes, as lengalengas cantaroladas por Capicua são algumas surpresas.
 
A gastronomia mediterrânica, com sabores do mar e da terra, estará em evidência na "Praça da Convivialidade", localizada junto ao Castelo de Tavira no Parque do Palácio da Galeria. 
 
É possível, também, usufruir de atividades de animação turística, passeios pedestres, caiaque ou de bicicleta. 
 
Francisco Serra, Presidente da CCDR, deu os parabéns à autarquia de Tavira, "pela ideia e desenvolvimento da Feira da Dieta Mediterrânica, tendo a capacidade de mobilizar entidades algarvias para esta causa", justificando no programa CRESC Algarve 2020, verbas para "estes fins nobres e necessários".
 
O Presidente da CCDR, realçou ainda que a Feira "é a afirmação da nossa identidade, enquanto povo, cativando mais turismo a capacidade de em conjunto de valorizar uma ideia, sendo também um incentivo ao desenvolvimento deste tipo de iniciativas para um futuro sustentável".
 
Francisco Serra não resistiu em lembrar algumas técnicas que se praticavam noutros tempos, como a salga do peixe para a sua preservação ou a cataplana feita enterrada na areia, enquanto os pescadores iam ao mar, aproveitando o calor natural, "técnicas que davam outro sabor aos alimentos".
 
Alexandra Gonçalves, destacou a componente pedagógica do evento, que "vai muito além da animação e que pretende acima de tudo relembrar a memória ancestral das nossas gentes e costumes". 
 
A Diretora Regional de Cultura do Algarve acrescentou que "estamos a falar de um acontecimento que motiva à partilha, sendo também um testemunho da Dieta Mediterrânica", a responnsável não hesitou em dizer que "estamos a semear para colher, pelo que a mesa é a festa de todos nós".
 
Fernando Severino, Diretor Regional de Agricultura e Pescas, destacou por seu lado o "trabalho intersetorial" que envolve a Feira da Dieta Mediterrânica, "numa escalada cada vez maior", cujo objectivo passa por mostrar o produto biológico, "verdadeiro e de qualidade" ou outros produtos de excelência da região, como o vinho, o mel ou produtos do setor primário, "no sentido de um Algarve sustentável".
 
Já o Presidente da RTA, justificou a aposta da entidade que dirige, em "passar lá para fora, este evento, assim como a própria Dieta Mediterrânica, como de resto tem sido feito através de ações promocionais e de showcookings com bastante sucesso".
 
Desidério Silva disse também que pela nossa identidade, cultura, vinhos ou gastronomia, "fidelizamos o turismo com produtos genuínos, reforçando deste modo a economia".
 
Finalmente Artur Gregório a representar a Associação In Loco, parceira da Feira, disse que no ano passado foram feitas cerca de 4 mil provas, este ano esperam muito mais.
 
Frisou que tem havido o cuidado de selecionar os artesãos e produtores locais com mais qualidade, "aqueles que espelham bem aquilo que desejamos para mostrar, a identidade e a genuinidade".
 
Este ano estarão presentes 142 stands, pelo que a organização confidenciou que está a pensar em criar alternativas no futuro, pois o espaço começa a ser pequeno, para tantos pedidos.