Sociedade

Os amigos ajudam a prevenir a depressão

 
Há muito que se defende a importância do desabafo, de trocar emoções e de receber as energias dos outros como forma de se manter ativo e motivado para a vida. Se no passado o contacto era essencialmente presencial, as tecnologias têm preenchido esse espaço de convivência e contribuído para reduzir os efeitos benéficos da presença.

 
Tendo por base os resultados de um estudo norte-americano, “não é a mesma coisa manter o contacto virtual. 
 
O ser humano precisa de marcar presença, de dar e receber emoções, pelo que, o que previne a depressão é o convívio e não as mensagens ou ligações à distância.”
 
Estar com os amigos reduz o risco de depressão, é a conclusão deste trabalho de investigação, contudo, é fundamental manter o contacto pessoal com amigos e ente queridos. 
 
As pessoas que se encontram com amigos e familiares pessoalmente pelo menos três vezes por semana correm um risco menor de desenvolver depressão, em comparação com aqueles que mantêm apenas o contacto virtual. É o que diz um estudo publicado recentemente na revista científica American Geriatrics Society.
 
Os investigadores da Universidade do Michigan, nos Estados Unidos, acompanharam 11 mil adultos, com mais de 50 anos, ao longo de dois anos.
 
Os resultados mostraram que os indivíduos que se encontravam com amigos e parentes apenas uma vez por semana tinham 11,5% de probabilidades de ter sintomas de depressão após dois anos. 
 
Em compensação, aqueles que se encontravam com os entes queridos pelo menos três vezes por semana corriam um risco de 6,5%.
 
De acordo com os autores, a regularidade e frequência do contacto virtual, por telefone, email ou redes sociais não afetaram o risco descoberto.
 
"Descobrimos que as formas de socialização não são iguais. Telefonemas ou comunicação digital com amigos e familiares não têm o mesmo poder das interações pessoais para ajudar a afastar o risco de depressão", afirmou Alan Teo, principal autor do estudo.
 
"O contacto pessoal pode ser considerado medicina preventiva, assim como tomar vitaminas regularmente", salientou o autor, à revista Time.
 
Recorde-se que, a depressão é real e constitui a principal causa de incapacidades e a segunda causa de perda de anos de vida saudáveis entre as principais doenças e problemas de saúde conhecidos.
 
Uma em cada quatro pessoas em todo o mundo sofre de depressão, já sofreu ou poderá vir a sofrer desta patologia. Um em cada cinco pacientes que se deslocaram a uma consulta médica já se sentiram deprimidos. 
 
Tendo por base os custos pessoais e sociais da doença, tudo o que possa contribuir para a sua prevenção, deve ser considerado. Neste caso, é fácil estar com amigos e desfrutar dessa troca que, no fundo, evidencia os aspetos humanos nas mais variadas particularidades.
 
Fátima Fernandes