Economia

Olhãopesca alerta que interdições prolongadas na captura de bivalves pode acabar com frota de pesca

 
A nota da Olhãopesca adianta que apesar da proibição da apanha da conquilha, devido à presença de toxinas, não tem conhecimento de intoxicações generalizadas por consumo daquele bivalve.

 
A Olhãopesca - Organização de Produtores de Pesca do Algarve, fez saber em nota enviada à imprensa, que na zona Sul existe uma frota de cinquenta embarcações de pesca a operar com arte de ganchorra, "uma atividade de pesca devidamente regulamentada, com grande importância económica e social na região", tendo produzido em 2015, no Sotavento Algarvio, 656 toneladas de moluscos bivalves oceânicos, num volume de negócios de € 1.086.308,69.
 
Segundo a Olhãopesca, nos últimos quatro anos, esta atividade tem sido "severamente fustigada por interdições de captura de moluscos bivalves, cada vez mais frequentes, aleatórias e prolongadas, devido à presença de DSP (toxinas que provocam intoxicação diarreica), acima do valor regulamentar, com especial incidência na conquilha, espécie-âncora da actividade, em nome da saúde pública e da segurança alimentar".
 
A mesma organização adianta que nestes períodos, armadores e pescadores profissionais param o trabalho, dado que a pesca dirigida unicamente ao pé-de-burrinho e ou amêijoa-branca não é empresarialmente viável, "gerando um problema social, já que empresários, armadores e pescadores não têm outra fonte de produção e rendimento". 
 
Por outro lado, durante os períodos de interdição de captura e comercialização de bivalves, a Olhãopesca diz que há "centenas de apanhadores apeados, licenciados ou não, bem como milhares de turistas e veraneantes, que apanham conquilhas em quantidades consideráveis nas praias do sotavento Algarvio sob a vista da Autoridade Marítima". 
 
A Organização de Produtores de Pesca do Algarve, teme que não haja, fiscalização e controlo adequados por parte das autoridades competentes, afirmando que "os níveis regulamentares de toxinas DSP que levam à interdição da captura e comercialização, não afetam o ser humano", pelo que a atividade tradicional de pesca com arte de ganchorra, poderá estar em risco de desaparecer na costa Sul, "para dar lugar a uma economia superficial, muito pouco contribuinte, relativamente ao desenvolvimento da produção primária e à criação de emprego e riqueza".