Íngua

Entende-se por íngua uma espécie de "carocinho" (linfonodo ou gânglio linfático) que aparece em determinadas partes do corpo, quando o organismo está com alguma infecção.

 
Este termo é vulgarmente conhecido pela população, ainda que, na maioria das vezes se desconheçam alguns detalhes que iremos abordar para evitar confusões e alertas sem motivo.
 
Por outro lado, também é fundamental saber mais para prevenir situações dolorosas.
 
Neste sentido, uma íngua representa uma resposta de defesa do próprio organismo, pelo que, detectar o dito “carocinho” traduz uma capacidade de organismo em combater as infecções e não um problema que justifique uma preocupação.
 
É de realçar que, quando o organismo responde ao agente infeccioso, naturalmente a íngua desaparece e deixa de causar qualquer tipo de inquietação.
 
De um modo geral, as ínguas surgem em áreas específicas do corpo como sendo, pescoço, axilas e virilhas.   
 
A presença nestes locais veifica-se devido ao facto de serem áreas onde os gânglios linfáticos são mais salientes.
 
Porém, as ínguas também podem surgir nas regiões abdominal (retroperitónio) e toráxica (mediastino), que não são palpáveis, mas podem ser detectadas em exames de imagens, como a tomografia computadorizada e a ecografia.
 
Causas:
 
As ínguas surgem quando há um aumento dos gânglios linfáticos, decorrentes de alguma infecção. Esses gânglios são formados por glóbulos brancos que têm a função de defender o organismo dos agentes infecciosos, logo pode dizer-se que, a sua concentração nesses pequenos “carocinhos” é uma reacção aos ditos agentes durante o tempo necessário para os combater.
 
Para que se compreenda melhor o surgimento das ínguas, é de ter em conta por exemplo uma situação em que, o indivíduo desenvolve uma infecção dentária e a íngua surge na região da mandíbula, próxima ao dente "doente", pois a acção de agentes externos, como a das bactérias, desperta o sistema imunitário que se prepara para combater o inimigo. 
 
A partir do momento em que a situação é controlada pelo organismo, essa inflamação regride e dá-se a recuperação do paciente.
 
É também de salientar que, as ínguas podem surgir nas crianças quando existe algum tipo de virose, já que, esses agentes também actuam em cenários de febre.
 
Quando a criança recupera, os sintomas desaparecem.
 
O lado mais preocupante da íngua:
 
Paralelamente à interpretação dada acima, é também de incluir a hipótese de se tratar de uma situação mais grave quando existe um aumento exagerado dos gânglios linfáticos. Nestes casos, o elevado volume da suporta íngua pode conduzir à necessidade de realizar um diagnóstico mais aprofundado para despistar outros cenários.
 
Pode ocorrer a presença de um tumor maligno designado por linfoma.
 
Efectivamente, antes do paciente se preocupar em demasia, deverá procurar um especialista, realizar os exames necessários e por ele recomendados e aguardar os resultados.
 
Sintomas:
 
Para evitar confusões, importa reter que, íngua e linfoma não apresentam os mesmos sintomas.
 
Na íngua, a área ao redor dos nódulos fica quente e avermelhada, e o paciente sente dor. Já os gânglios com linfoma, ou seja, cancro, normalmente não apresentam nenhum destes sintomas. 
 
E os nódulos que surgem não desaparecem com o tempo, ao contrário, crescem ainda mais. Isso porque, há uma proliferação desordenada e descontrolada dos linfócitos que habitam os gânglios linfáticos, provocando uma espécie de mutação dos genes, que se multiplicam em progressão geométrica.
 
Para distinguir com clareza as situações, é sempre importante consultar o médico e realizar uma biópsia.
 
Com o exame patológico em mãos, há condições de afirmar se o problema é de origem inflamatória ou reacional ou se mostra a presença de um cancro linfático (linfoma).
 
Texto baseado nas explicações do Dr. Jacques Tabacof, médico hematologista e especialista em tratamento de leucemias e linfomas, coordenador do Centro Paulista de Oncologia.