Um grupo de técnicos da Sociedade Polis Ria Formosa apoiado por um forte dispositivo da Polícia Marítima começaram esta manhã, a proceder à posse administrativa de 35 habitações consideradas ilegais na Ilha do Farol.
Os protestos dos moradores baseiam-se naquilo que consideram uma fuga à verdade por parte do Ministro do Ambiente, uma vez que, na posição dos moradores, “não houve uma correta avaliação de cada caso, pois estão a notificar casas que ainda pertencem a pescadores no ativo ou que contêm os seus arrumos.”
As 35 casas que passam agora a pertencer à Sociedade Polis através desta notificação aos proprietários serão demolidas por se considerarem ilegais e em locais muito próximos da linha de água.
No local, para além dos elementos da Sociedade Polis Ria Formosa, encontram-se 40 operacionais da Polícia Marítima que foram destacados para esta operação.
O forte dispositivo policial deixou os moradores “revoltados porque sempre fizemos manifestações pacíficas”. Vanessa Morgado do Movimento Je Suis Ilhéu, mostrou a sua indignação face ao forte dispositivo da Polícia Marítima que, “naturalmente exalta logo os ânimos de quem vê as suas casas serem sinalizadas para demolição.”
Para esta quarta-feira está agendada a notificação de 12 das 35 casas, sendo que, “há providências cautelares no Tribunal Administrativo de Loulé que podem suspender estas notificações, pelo que a contabilidade final ainda não é conhecida, mas seguramente se afasta das 35 sinalizadas pela Polis.”
Com palavras de protesto, os moradores continuam a elevar a esperança de que essas medidas em curso no Tribunal possam suspender aquilo que parece uma realidade.
Os moradores juntaram-se em torno das suas casas e na tentativa de dar apoio aos seus vizinhos, mas com o dispositivo da Polícia Marítima com operacionais destacados de outras zonas do país, a Sociedade Polis tem avançado no terreno com os devidos editais afirmando a posse administrativa das casas sinalizadas como ilegais.
Nos próximos dias, certamente que vão chegar as confirmações de mais providências cautelares, o que naturalmente vai suspender algumas notificações levadas a cabo no dia de hoje.
A situação está longe de ser resolvida e “vamos lutar até ao fim por aquilo que nunca ninguém nos impediu de construir.”
Algarve Primeiro