Hipertrofia Benigna da Próstata

Neste espaço, pretende-se fazer um apontamento das principais queixas masculinas, sendo que a próstata é uma dessas condições.

 
Recordamos que este local de informação se destina a prestar alertas para a consulta especializada e que, de forma alguma, serve de consultório médico ou evita uma consulta específica. 
 
Neste sentido, tentaremos responder a perguntas frequentes relativas a problemas na próstata com vista a um esclarecimento básico que irá sempre carecer de mais detalhes e de um encaminhamento médico para que se efective. 
 
Hipertrofia Benigna da Próstata (HPB) 
 
Comecemos por abordar precisamente a doença mais comum do sexo masculino que é a Hipertrofia Benigna da Próstata (HPB) e que representa o crescimento nodular de uma das regiões da próstata. 
 
A sua incidência aumenta progressivamente com a idade, ocorrendo em 40% dos homens a partir dos 50 anos e em 90% dos indivíduos com mais de 80 anos de idade. 
 
Para que melhor se compreenda o problema, o crescimento da próstata comprime a uretra, causando obstrução mecânica ao fluxo da urina, o que conduz a uma maior dificuldade em urinar. 
 
Por sua vez, a urina estagnada na bexiga favorece o surgimento de infecção urinária e a formação de cálculos. Esse esforço para urinar é uma consequência da obstrução do fluxo urinário e faz aumentar a pressão no interior da bexiga provocando o aumento das suas camadas musculares. 
 
Esse aumento da pressão dentro da bexiga transmite-se aos ureteres e aos rins, podendo levar à doença chamada hidronefrose e culminar com um quadro de insuficiência renal. 
 
Sintomas: 
 
Importa ter em conta que, os sintomas da Hipertrofia Benigna da Próstata podem ser divididos em dois grandes grupos como sendo, os Obstrutivos que são decorrentes da obstrução ao fluxo urinário e que se expressam através da diminuição da força do jacto urinário; esforço para urinar; interrupção do jacto durante a micção; gotejamento ou a sensação de esvaziamento incompleto da bexiga. 
 
Por outro lado, temos os sintomas irritativos que se referem à irritabilidade da bexiga: urgência para urinar; dor no baixo-ventre; diversas nicções noturnas; diversas micções num curto espaço de tempo e com a saída de pouca quantidade de urina em cada uma delas. Outros sintomas podem ser observados através da presença de sangue na urina ou sensação de infecção urinária. 
 
Diagnóstico: 
 
O urologista considera como imprescindível o Toque Rectal, uma vez que fornece informações sobre o volume, consistência, presença de irregularidades, limites, sensibilidade e mobilidade da próstata. 
 
Como meios complementares de diagnóstico, temos as análises à urina para despistar a presença de hemoglobina e injecções. 
 
As análises ao sangue também podem ser recomendadas, sendo de enaltecer a uréia e creatinina que permitem avaliar o comprometimento da função renal. A dosagem do PSA (uma proteína chamada Antígeno Prostático Específico) também é importante para a exclusão de possíveis tumores malígnos da próstata. 
 
A ecografia permite avaliar a forma e a densidade da próstata, bem como a presença de resíduo elevado de urina na bexiga, após a micção. 
 
Quando há presença de sangue na urina, pode ser recomendada a Urografia Excretora como complemento para uma melhor avaliação das alterações observadas na ecografia. 
 
Noutros casos, podem ainda ser recomendados exames complementares específicos tais como, a 
Uretrocistografia que consiste num exame radiológico, com introdução de contraste através da uretra. No caso da Uretrocistoscopia, trata-se de um exame que permite a visão da uretra e bexiga, através de instrumentos ópticos introduzidos pela uretra. 
 
Também a Biópsia da Próstata em que é feita a recolha de fragmentos do tecido prostático, através de punção trans-retal, é um recurso utilizado a par do Estudo Urodinâmico em que se faz uma avaliação das contrações da bexiga e alterações do fluxo urinário durante a micção. 
 
Tratamento: 
 
O tratamento da HPB pode ser clínico ou cirúrgico. A escolha do tratamento é feita tendo em vista as condições clínicas do paciente, os danos causados no aparelho urinário e a gravidade dos sintomas, pelo que cada caso deve ser avaliado individual e cautelosamente. 
 
Nunca é demais salientar que os pacientes com sintomas ligeiros devem ser observados anualmente para que o médico se certifique de uma eventual estagnação ou aumento do problema. 
 
No caso dos pacientes com sintomas moderados está indicado o tratamento medicamentoso, enquanto que, os pacientes com sintomas graves, devem receber um tratamento cirúrgico. 
 
Refira-se que, o tratamento cirúrgico padrão da obstrução do fluxo urinário por HPB é a chamada ressecção trans-uretral da próstata ou a prostatectomia supra-púbica. 
 
É de anotar que, a prevenção é sempre a melhor forma de tratamento e que, uma intervenção precoce pode fazer toda a diferença entre um problema controlado e uma situação grave. 
 
Neste contexto, recomenda-se especial atenção para os pacientes que possuam história familiar de cancro ou de problemas na próstata, mas também em todos os homens em geral, uma vez que, o tratamento atempado pode fazer uma enorme diferença no tempo. 
 
Para evitar alarmismos, recorde-se que, a maioria dos homens acaba por morrer antes de ter complicações com o cancro da próstata, isto porque se trata de uma evolução lenta e que, na maioria das situações não chega ao seu limite durante a vida, no entanto, e uma vez que este tipo de cancro tem aumentado muito com a esperança de vida acrescentada a que assistimos, nunca é demais advertir para uma consulta atempada e para um rastreio precoce. 
 
Nota: Entenda este artigo como meramente informativo e um ponto de partida para uma consulta de urologia tão breve quanto o possível.