Sociedade

FARO:Ass. Bombeiros Cruz Lusa “segue estratégia de modernização e operacionalidade da corporação”

 
A atual Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros de Faro “Cruz Lusa” continua a seguir o modelo de gestão “a que se propôs há dois anos atrás quando tomou posse”.

 
A Associação atravessava um momento de sérias dificuldades financeiras, com vencimentos em atraso e dívidas, na altura, estimadas em 160 mil euros.
 
A par desta situação, a Associação Humanitária dos Bombeiros de Faro – Cruz Lusa, estava impedida de recorrer a subsídios de entidades públicas, o que naturalmente era um constrangimento para a liquidação das dívidas e pagamento de salários.
 
Ao Algarve Primeiro, o Presidente da Direção, Steven Sousa Piedade, fez um balanço positivo do trabalho já levado a cabo, uma vez que, “apesar das muitas dificuldades e daquilo com que fomos surpreendidos, temos conseguido desenvolver estratégias que vão ao encontro das necessidades mais urgentes da associação”.
 
“É verdade que temos muitos problemas por resolver, nomeadamente na modernização do parque automóvel, as condições do quartel que ainda nos deixam muito a desejar e que preocupam a direção, bem como a dívida que, apesar de, neste momento estar controlada, representa uma preocupação em termos de investimento futuro e aumento no número de operacionais,”, ainda assim, “temos de reconhecer que muito já foi feito”.
 
Steven Sousa Piedade não tem dúvidas de que, “a Associação é uma importante mais-valia para a cidade de Faro e que existe também essa consciência por parte da autarquia, seja o executivo liderado por Rogério Bacalhau, sejam as outras forças políticas que se encontram na oposição”, o que facilita “a angariação de recursos para a continuidade do trabalho que tem sido levado a cabo”, remata o mesmo responsável.
 
Com uma direção apostada em encontrar estratégias de gestão com vista à modernização e melhoria da operacionalidade da corporação, o Presidente esclarece que “ quando tomámos posse, a dívida conhecida era de 160 mil euros, mas na prática, esse número era muito, mas muito superior”. Feitas as contas “a tudo o que nos foi surgindo para liquidar, sem esquecer a Autoridade Tributária e a Segurança Social, contabilizamos 420 mil euros de dívida”.
 
Para regularizar a situação, “tivemos de fazer acordos com os nossos credores, o que já aconteceu e, neste momento, a dívida vai-se pagando a si mesma, mas têm sido tempos difíceis”.
 
Steven Sousa Piedade  recuperou que, “há dois anos atrás conseguimos o protocolo estabelecido com a autarquia de Faro, o que nos permitiu voltar a receber subsídios de entidades públicas e pagar os salários em atraso”. 
 
O presidente da direção recorda que, “na altura, havia operacionais com seis meses de salários em atraso. A situação estava incomportável e tínhamos mesmo de trabalhar para resolver os problemas mais urgentes”.
 
A partir do momento em que se consolidou o protocolo com a autarquia, “criamos um forte impulso na melhoria da realidade financeira da Associação, tal como todos os apoios que nos chegam de outras entidades. Sem essa base de suporte, não teríamos condições para continuar”.
 
Ao mesmo tempo, “a tomada de posse do novo Comandante também deu uma nova dinâmica à Associação e vamos seguindo com o nosso trabalho e determinação”.
 
No que se refere à modernização do parque automóvel, “com os recursos de que dispomos, temos de fazer ‘engenharias financeiras’ para responder o melhor que conseguimos. É muito fácil perder uma viatura no combate a um incêndio, por exemplo, mas o preço que se paga por uma nova é muito elevado”.
 
Para fazer face a isso, “também estamos a estudar outras possibilidades, aproveitando o facto de, na vizinha Espanha se venderem viaturas relativamente novas em segunda mão e que, com algumas adaptações ainda podem circular uns bons anos no nosso país”.
 
Com essa poupança significativa, “vamos renovando aos poucos, as viaturas em fim de vida”.
 
Esperando também poder concretizar o sonho de dispor de um novo quartel e de melhores condições para os operacionais, Steven Sousa Piedade realçou que “está sobre a mesa uma candidatura da autarquia de Faro para um novo quartel para a nossa Associação. O que foi estabelecido com o Secretário de Estado foi que, teria de ser a autarquia de Faro a apresentar essa candidatura e, a partir daí, dar-se forma ao processo”.
 
Passados dois anos a conduzir os destinos da Associação Humanitária de Bombeiros Cruz Lusa, Steven Sousa Piedade recorda que “sempre gostei de desafios e aceitei este convite com muito gosto. Temos tido dificuldades e ‘surpresas’, mas penso que, o facto de termos conseguido protocolar com a Câmara os apoios e de podermos receber subsídios de entidades públicas, deu uma nova dinâmica à Associação. A partir daí, estabelecemos planos de pagamento das nossas dívidas e temos cumprido. Claro que ambicionamos mais e estamos apostados em fazer, dentro do que nos é possível”.
 
Uma outra situação que nos enche de orgulho “é a candidatura de uma nova viatura ao abrigo dos Fundos do Programa 2020”.
 
Temos também um novo VTGC “que vem substituir uma viatura que já estava em fim de vida; com quase 50 anos, sendo que, a subsidiação da outra, nos permite adquirir este ‘tanque de grande capacidade’ com muito menos anos e que nos vai permitir ter mais operacionalidade no combate a incêndios”.
 
As preocupações que temos neste momento “é mesmo o novo quartel, que nos permita dar melhores condições aos nossos operacionais, continuar a modernizar o parque automóvel, uma vez que, a maior parte das nossas viaturas já tem uns bons anos de circulação e carece de uma renovação urgente e, naturalmente continuar a honrar os nossos compromissos no pagamento das dívidas”.
 
O mesmo responsável aproveitou para frisar que, para além do apoio que tem sentido da autarquia de Faro, não descura o da oposição, bem como da sociedade civil que está sempre empenhada em apoiar a associação.