Doenças da Tiróide

Estimada como uma das doenças responsáveis por um conjunto de alterações no organismo, a Tiróide é uma glândula fundamental que produz hormonas cuja principal função é regular o organismo.

 
Perante alterações na Tiróide, podem ocorrer repercussões em todo o corpo em graus variáveis de severidade, desde sintomas que muitas vezes podem passar desapercebidos até formas extremamente graves que podem trazer risco de vida. 
 
Descrição: 
 
Designa-se por tiróide uma glândula localizada na parte anterior do pescoço que produz as hormonas T3 (tiiodotironina) e T4 (tiroxina) que atuam em todo o organismo, regulando o crescimento, a digestão e o metabolismo. 
 
Mediante alterações no seu funcionamento pode ocorrer uma libertação excessiva de hormonas, o que se designa por hipertireoidismo. Pelo contrário, a produção insuficiente de hormonas é descrita por hipotireoidismo. 
 
Em termos gerais, quando a glândula está hiperfuncionante ocorre uma aceleração do metabolismo em todo o organismo, podendo ocorrer agitação, diarréia, taquicardia, perda de peso etc. No plano inverso, quando a glândula está hipofuncionante pode ocorrer o cansaço, a fala arrastada, prisão de ventre e o aumento de peso. 
 
Grupos de risco: 
 
Situam-se no grupo de risco as mulheres com idades acima dos 30 anos e, de uma forma particular também na faixa etária dos 60 anos. 
Segundo estudos levados a cabo, 1 em cada 5 mulheres que iniciam o tratamento de reposição hormonal, apresentam algum problema na Tiróide. 
Apesar de uma maior predisposição por parte das mulheres, a Tiróide afeta também os homens e pode apresentar alterações em qualquer idade. 
 
Hipertiroidismo: 
 
O hipertiroidismo ou tireotoxicose é uma condição caraterizada pelo aumento da secreção das hormonas da tiróide e pode ter várias causas. 
 
Com uma possível ausência de sintomas, o hipertireoidismo pode, em alguns casos, manifestar-se em sinais como a sensação de desconforto e fraqueza. 
 
A necessidade de estar atento a este problema prende-se com o fato do hipertireoidismo poder ser uma doença grave e séria e colocar o paciente em risco de vida. 
 
A causa mais comum do hipertireoidismo é o fato de se tratar de uma doença auto-imune em que, o próprio corpo produz anticorpos que afetam os órgãos. 
 
Outras causas do hipertireoidismo incluem o bócio multinodular (aumento do volume da glândula que leva à produção excessiva de hormonas), os tumores da glândula tiróide, da glândula pituitária, dos testículos ou dos ovários, a inflamação da tiróide resultante de uma infeção viral ou outra inflamação, a ingestão de quantidades excessivas de hormonas e a ingestão excessiva de iodo. 
 
Várias substâncias com altas concentrações de iodo, tais como comprimidos de algas, alguns expetorantes e amiodarona (medicação utilizada no tratamento de arritmias cardíacas) podem, ocasionalmente, causar hipertireoidismo. 
 
O hipertiroidismo trata-se com fármacos, como o propiltiouracilo, que interfere na formação da hormona tiróidea. 
 
Os bebés também podem precisar de tratamento por problemas cardíacos. Para os recém-nascidos muito graves que tenham valores sanguíneos muito elevados de anticorpos estimulantes da tiróide, pode ser necessário fazer uma exanguinotransfusão para fazer diminuir a quantidade desses anticorpos. 
 
Os principais sintomas do hipertireoidismo são: 
 
• taquicardia, 
• perda de apetite, 
• perda de peso importante, 
• nervosismo, ansiedade e inquietação, 
• intolerância ao calor, 
• sudação excessiva 
• fadiga e cãibras musculares, 
• evacuações frequentes, 
• irregularidades menstruais, entre outros. 
 
Hipotiróidismo: 
 
O hipotiroidismo manifesta-se quando a tiróide não pode produzir quantidades adequadas de hormona tiróidea, necessárias para o organismo. 
 
Os sintomas do hipotiroidismo nas crianças e nos adolescentes geralmente são distintos dos adultos o que requer outros meios de diagnóstico e observação para que se possa intervir. 
 
Nos recém-nascidos, o hipotiroidismo provoca hipotiroidismo neonatal, que se caracteriza por iterícia, perda de apetite, prisão de ventre, choro rouco, protuberância umbilical (hérnia umbilical) e crescimento ósseo tardio. 
 
Se não for diagnosticado nem se tratar nos meses posteriores ao nascimento, provoca atraso mental. O hipotiroidismo que começa na infância (hipotiroidismo juvenil) atrasa o crescimento e, por vezes, origina membros desproporcionadamente curtos. 
 
Também tardam a aparecer os dentes. O hipotiroidismo que se inicia na adolescência (hipotiroidismo juvenil) é semelhante ao dos adultos, mas pode atrasar a puberdade. Os sintomas incluem voz rouca, atraso na fala, pálpebras lânguidas e cara inchada, além de queda de cabelo, pele seca, pulso lento e aumento de peso. 
 
Em todos os recém-nascidos, o valor da hormona tiróidea no sangue mede-se sistematicamente nos dois dias que seguem ao nascimento. A um recém-nascido que sofra de hipotiroidismo é rapidamente administrada a hormona tiróidea, já que este tratamento evita a lesão cerebral. O hipotiroidismo que se manifesta na infância ou na adolescência trata-se também com hormonas que repõem as deficiências. 
 
Anotações: 
 
Para cada caso em particular, o médico procede ao tratamento adequado, pelo que essa informação e medicação deve ser prescrita pelo especialista. 
Entenda este artigo como meramente informativo e um alerta para a procura de apoio especializado, sabendo que já existem meios de diagnóstico sofisticados e terapeuticas eficazes na melhoria da qualidade de vida, independentemente da idade e do sexo. 
 
Consulte um especialista em endocrinologia para direcionar o tratamento das doenças da tiróide.