Sociedade

Beleza não é sinónimo de felicidade - estudo

 
É indiscutível que, existem pessoas mais bonitas que outras em termos físicos e que, as diferenças são sempre um factor de escolha por qualquer motivo.

 
É também evidente que, os conceitos de beleza são relativos e que, nem sempre a aparência de uma pessoa é “pontuada” da mesma forma por outras, o que quer dizer, desde logo que, a beleza é relativa e que, cada pessoa pode tirar partido dos seus atributos para ser mais bonita.
 
Num tempo em que a beleza está no topo das preferências, na seleção para empregos e nas posições de destaque, facilmente se poderia dizer que, quem não é bonito, nem pode ser feliz, nem tem qualquer tipo de possibilidade de ascender na vida, o que é totalmente falso.
 
De acordo com estudos realizados por especialistas de várias universidades do mundo, um ponto comum nos resultados obtidos, passa pela determinação pessoal, pela capacidade de se fazer ouvir e notar em público e pela própria auto-estima.
 
Quer isto dizer que, se há cientistas que se colocam na tese de que, ser bonito é ter um rosto simétrico e perfeito, ser confiante e expressar atração sexual, a maioria acredita que, a forma como cada sujeito encara a vida é que o pode tornar bonito ou feio.
 
Muitos especialistas acreditam que, «todas as portas se abrem» para um corpo esbelto e delineado, para um sorriso bonito e um rosto perfeito, no entanto, essa primeira impressão pode ser facilmente destronada quando a competência não vai ao encontro da silhueta e, vão mais longe, por exemplo no caso da política. Cientificamente, tem maior predisposição para a política quem é bonito e atraente, mas depois em termos de resultados, facilmente se pode mudar a intenção de voto.
 
Em termos sociais, uma pessoa pode ser atraente e naturalmente sedutora, mas se não «tiver conteúdo intelectual», rapidamente perde o estatuto.
 
No passado, associou-se muito a beleza à inteligência, colocando de parte as imagens que se afastavam do ser quase ou mesmo, perfeito. Depois, com «a queda do estatuto das loiras» que eram bonitas só por terem o cabelo dourado, começou-se a pensar na beleza de uma forma mais alargada.
 
Foi aí que, os morenos passaram a ter uma oportunidade e, para acrescentar o leque, se percebeu melhor que, para além da primeira impressão física, também as energias de cada um constituem um ponto crucial nas relações humanas. 
 
Muito mais que a primeira impressão ser importante a partir da forma física, percebeu-se que, uma pessoa pode ser altamente interessante, agradável, inteligente e sedutora pelo seu discurso, percurso de vida, pelas conquistas e pela forma como se relaciona com os outros.
 
Neste sentido, cada pessoa deve olhar-se ao espelho, gostar de si, cuidar da sua aparência a seu gosto, sentir-se confiante e, partir para a luta!
 
Depois, quando chegamos à intimidade, verifica-se uma outra realidade, pois parece existir uma separação entre a pessoa que tem boa presença social e aquela que se ama. Para os especialistas, a garantia de felicidade está muito longe da beleza e, qualquer pessoa o pode comprovar. Quantos famosos bonitos são felizes no casamento?
 
Parece mesmo de propósito esta provocação, pois indica-nos facilmente que, nada têm a ver as medidas corporais e a forma do rosto com a capacidade de fazer alguém feliz.
 
Muitos entendidos dizem que, «uma pessoa bonita tem mais facilidade em atrair outra pelo seu charme, mas isso não significa que a relação perdure só com esses ingredientes». Fazendo um rápido exercício de memória, qualquer leitor sente dificuldades em encontrar uma figura bonita, com realização profissional e amorosa em simultâneo, o que denota que, temos que fazer uma opção importante: ou «vivemos da imagem ou vivemos um conjunto».
 
Para os especialistas, uma pessoa bonita gosta tanto de mostrar a sua imagem ao mundo e de tirar partido dela que, em muitos casos, se esquece de acrescentar outras qualidades e requisitos, nomeadamente a capacidade de amar e de ser amado ou, qualidades como a bondade, a compreensão e o tempo para estar com os outros.
 
Nesta perspetiva, mais uma vez se percebe que, ser bonito, não é, à partida, uma garantia de sucesso e satisfação. Depois, atendendo a que, a beleza é efémera, deve-se pensar muito bem nas idades para tirar partido dessa vantagem natural e para dar lugar a outros requisitos.
 
Vejamos que, apesar da imagem ser o primeiro «cartão de visita», é o que mais rapidamente se perde numa conversa agradável, num relacionamento feliz, na capacidade de entrega e daí por diante.
 
Depois, qualquer pessoa pode e deve ser bonita, tirando partido dos seus melhores atributos. A simpatia é um ponto que «desempata» com a beleza, tal como a sedução supera a silhueta.
 
Seria importante, até para evitar o sofrimento dos nossos jovens, que se quebrasse esta marca de beleza tão delicada e difícil que, quem não a possui como gostaria, se sente «logo fora do grupo». Na maioria dos casos, o problema começa dentro de casa, quando os pais não aceitam a imagem do filhos que nasceu e que não sabem silenciar os comentários depreciativos dos amigos que, ainda os colocam mais em baixo.
 
Ser bonito ou feio é «um tiro de sorte», não algo que possa ser determinado, pelo que, se deve aceitar e ajudar o novo ser a tornar-se bonito com as suas qualidades, personalidade e bom gosto, pois facilmente vai marcar uma presença interessante.
 
O mesmo se passa com os pais que se devem aceitar tal como são e não se preocuparem com a beleza a ponto de deixarem o filho frustrado também com a sua aparência.
 
O truque é mesmo aceitar, gostar e desenvolver o melhor que se possui, na certeza de que, o tempo que se perde a mudar o que nos caracteriza, nos faz falta para sermos felizes!
 
Fátima Fernandes