Sociedade

Ansiedade: o problema psiquiátrico da atualidade

 
Os sintomas são incomodativos e a qualidade de vida fica afetada, mas a ansiedade parece inevitável numa sociedade sem tempo, sem capacidade de resposta para tantas exigências. Entende-se que nada se pode fazer e, aos poucos, destrói-se a qualidade humana e as relações.

 
Para inverter este “estado de alma” negativo, um neurocientista norte-americano vem clarificar que, a ansiedade não é um sentimento inato e que pode ser controlado. Um ponto a favor da conquista do bem-estar é algo tão simples quanto respirar fundo: parar uns instantes.
 
As pessoas ansiosas queixam-se de um batimento cardíaco acelerado, de mãos transpiradas e de muita dificuldade em pensar, em tomar decisões.
 
Segundo Joseph LeDoux, autor do livro Anxious -The Modern Mind in the Age of Anxiety (Ansioso - A Mente Moderna na Idade da Ansiedade, numa tradução livre), “este é o problema psiquiátrico mais prevalente da atualidade.”
 
O mesmo neurocientista apresenta algumas dicas de como controlar e quais os sinais de alerta entre o que é a ansiedade normal e um distúrbio.
 
"Cada geração acha que é a mais ansiosa", referiu o professor da Universidade de Nova Iorque ao The Times, mas na verdade estão apenas a sofrer daquele que é tido como o mal-estar do século XXI. 
 
Após um longo período de investigações, este especialista revela que, a ansiedade é um sentimento muito mais apreendido do que genético. Para Joseph LeDoux, a ansiedade pode ser controlada. 
 
O especialista em ansiedade e diretor do Emotional Brain Institute, que procura compreender como as emoções afetam a mente e o comportamento, lembra que assumimos que a ansiedade é inata, mas esta é uma emoção formada por ingredientes não-emocionais: é um sentimento que nós próprios percecionamos como resultado de sinais de alerta instintivos do corpo e do cérebro. 
 
Neste sentido, o simples ato de respirar fundo, naturalmente faz com que ocorra uma paragem e uma alteração de estado, o que facilita o controlo da ansiedade.
 
De acordo com a Clínica da Mente, a ansiedade resulta do medo. “Sempre que temos medo, geramos e sentimos os sintomas da ansiedade, sendo que a sua intensidade varia de acordo com o grau de medo que temos numa determinada circunstância.”
 
Sentimos medo quando prevemos uma situação de dor ou de desconforto face a uma experiência que queremos ou precisamos realizar. 
 
Esta previsão é feita a partir da análise das experiências que vivemos no passado.
 
Segundo o psicólogo Fernando Lima Magalhães, “Não há quase ninguém que não ande preocupado de vez em quando: é a nossa reação a situações de ameaça (…) o problema é quando a ansiedade é excessiva devido à intensidade, frequência e duração no tempo, acabando por prejudicar o raciocínio e o desempenho das atividades quotidianas.” 
 
Fátima Fernandes