Alimentação:OMS alerta para mudança no consumo de carne, em especial a processada

 
A Organização Mundial de Saúde faz uma relação entre o consumo excessivo de carne processada e o aumento de casos de cancro à escala global.

 
Segundo o mesmo organismo, o consumo abusivo de carne processada provoca cancro e o consumo de carne vermelha pode dar também origem ao aparecimento de tumores cancerígenos.
 
No topo da lista das carnes processadas estão as salsichas, o bacon e todos os enchidos, pelo que, não é caso para um corte radical no consumo, mas sim para uma moderação que acautele os riscos que lhe são associados.
 
A OMS reforça ainda a importância de reduzir o consumo de gorduras de origem animal e a forma de cozinhar que não deve permitir um aquecimento excessivo, sob pena de alterar os compostos da carne. Incluir mais fruta e legumes na alimentação, permite reforçar a proteção do organismo face aos elementos cancerígenos.
 
No mesmo relatório, a OMS frisa a importância nesta moderação no consumo de enchidos e carnes de um modo geral também como uma medida no combate à obesidade.
 
Para melhor esclarecer o consumidor, importa reter que, a carne processada é toda a carne que foi industrialmente modificada para ter uma validade mais longa, sem que o sabor, textura e aspeto se altere.
 
Aqui, incluem-se alimentos como salsichas, presunto, linguiça, salame, fumados, enchidos e bacon, assim como carnes enlatadas e molhos à base de carne. Isto é, todos os que foram submetidos a métodos de defumação, cura ou adição de corantes e conservantes.
 
Este processamento industrial da carne pode dar origem à formação de químicos como os compostos N-nitrosos e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos.
 
Cozinhar a carne a altas temperaturas – em especial quando está em causa o churrasco – também pode dar origem à formação de químicos vermelhos.
 
De acordo com os dados fornecidos pela OMS, bastam 50 gramas de cada um destes alimentos por dia para aumentar em 18% o risco de cancro colo-retal. E por 50 gramas temos duas simples fatias de bacon, o que muitos norte-americanos comem ao pequeno-almoço diariamente.
 
Embora sejam necessárias mais investigações e dados acerca do risco da carne vermelha, a OMS revela que por cada 100 gramas de carne vermelha consumida, o risco de ter cancro aumenta cerca de 17%.
 
De acordo com os dados avançados pela BBC, o consumo de carne processada é responsável por 34 mil mortes por cancro, já o álcool é responsável por 600 mil mortes e o tabaco por um milhão de mortes à conta do cancro.
 
Apresentados os dados, a recomendação é comer o mínimo possível de carne processada (ou até não consumir de todo) e reduzir a ingestão de carne vermelha para 500 gramas por semana (quando cozida, e 700 gramas quando crua).
 
Para quem procura reduzir, de facto, este alimento da dieta, o recomendado é optar por carne branca ou cordeiro mais magro. Juntar grãos e vegetais aos pratos é uma alternativa, assim como reservar um dia por semana para não comer qualquer tipo de carne.
 
Sem grandes alarmismos, os especialistas portugueses sugerem um aumento significativo no consumo de legumes ás refeições de forma a minimizar os impactos negativos do consumo de carne e, ao mesmo tempo, alterar os hábitos de consumo diários. 
 
Começar por reduzir o consumo de enchidos a uma vez por semana, já é um ponto a favor da saúde, tal como reduzir o consumo de carne de um modo geral. Aumentar as frutas e legumes na alimentação diária é também fundamental para proteger o organismo.
 
No tradicional cozido à portuguesa, basta reduzir a quantidade de enchidos e colocar mais legumes no lugar da carne, sem esquecer que não se deve consumir muitas vezes por mês e que a carne é cozida, logo mais saudável! É tudo uma questão de mudança de hábitos alimentares e de mais criatividade na cozinha!