Sociedade
A saúde depende de um estilo de vida
Esta é uma realidade por vezes descurada pelos adultos e que acresce em termos de consequências, quando de crianças se trata.

 
Apesar da dieta mediterrânica ser um «cartão de visita» do nosso país, as «tentações» da alimentação industrializada tèm vindo ano após ano, a comprometer a saúde da população. Não é por acaso que, Portugal se situa entre os países com um maior número de idosos com menos qualidade de vida e, em grande parte, este resultado deve-se à alimentação, ao abuso do sal e de gorduras animais, ao sedentarismo, ao excesso de consumo de álcool, ao tabagismo e a um estilo alimentar deficiente em termos de alimentos essenciais.
 
Uma simples sopa por dia, faz uma enorme diferença entre uma alimentação mais equilibrada e a falta de nutrientes essenciais e com poucas calorias.
 
Depois, temos o problema que, os mais novos imitam os comportamentos por não serem capazes de, nessa idade, produziram as suas próprias opiniões. O que acaba por acontecer é que, os hábitos se vão transmitindo de geração em geração e, naturalmente assistimos a doenças como a diabetes, hipertensão, obesidade, entre outras em crescendo na nossa sociedade e cada vez mais precocemente.
 
Não sendo necessário escolher uma data própria para fazer os alertas, é urgente despertar a população e, sobretudo, ao pais, avós e demais cuidadores das crianças que, «as tentações» de um dia de festa se devem mesmo ficar por actos pontuais e não como compensação afectiva ou falta de tempo para conviver.
 
Cada vez mais se assiste a um conjunto de «compensações doces» por parte daqueles que deveriam mimar os filhos com atenção, com exercício físico e brincadeira mas, parece que um monte de guloseimas resolve os problemas familiares! Nada mais errado!
 
Os nutricionistas unem-se em prol da mudança de «hábitos adultos» para que se construam mentalidades novas e crianças mais saudáveis, pelo que sublinham o exemplo como o primeiro alicerce, pois se os pais comem erradamente, não podem exigir que seja a criança a educar-se e a melhorar a conduta alimentar da família.
 
Assim, são de evitar:
 
- oferecer doces ás crianças para corrigir aspectos que falharam ao longo do dia. Os doces devem entrar na vida familiar com naturalidade e muita moderação. Compre embalagens pequenas e esporadicamente, pois cortar totalmente também dá espaço a que a criança os procure noutros locais e com outras pessoas. Ensine a consumir doces com moderação.
 
- a família deve fazer o máximo de refeições possível em conjunto e no local habitual, pois petiscar no quarto ou em frente ao televisor são pontos prejudiciais;
 
- à mesa devem estar sempre legumes e frutas para serem ingeridas por todos. Apostar na diversidade de cores, será um trunfo para despertar o interesse. Depois se todos comem, também a criança vai seguir a mesma linha;
 
- a sopa deve fazer parte das refeições e não criticada pelos pais e demais familiares. Por norma, a criança ingere-a na escola, mas se for «condenada» ou estiver ausente em casa, a sopa deixará de fazer parte dos seus hábitos e preferências. A sopa tem poucas calorias e muitos nutrientes, pelo que deve ser confecionada de acordo com estes requisitos e um alimento habitual para toda a família. Lembre-se do exemplo!
 
- a alimentação deve ser variada para todos e rica em legumes e vegetais. A criança deve ter à mão estes aliementos para que conviva com eles com naturalidade;
 
- os lanches devem ser feitos em casa, pois na escola existe muita oferta e, «muitas tentações» para gastar o dinheiro. Habitue a criança a fazer-se transportar diariamente pela lancheira com um pão e uma peça de fruta, um iogurte ou leite que podem ser alternados e atractivos com diferentes cores.
 
Anote que, quanto melhor transmitir esta ideia aos seus filhos com o exemplo, mais fácil e rapidamente eles vão compreender a importância de desenvolver um estilo de vida saudável.
 
Aproveite o tempo livre para andar na rua com a criança, para estar em contacto com a natureza e para promover actividades ao ar livre. Evite colocar a criança em actividades sem que tenha um espaço para estar em família e brincar livremente.
 
Promova momentos na piscina, corridas, saltos e tudo o que a imaginação proporcionar para que o movimento faça parte da vida e da rotina familiar e, pense que, estes conselhos são para manter, são para modificar mentalidades, para evitar o sedentarismo e para que, quando crescidos, os seus filhos, não passem o seu tempo em frente ao computador.
 
Se em pequena a criança desenvolver estes hábitos, seguramente que irá prolongá-los ao longo da vida. Este será um ponto a favor da saúde e bem-estar de todos!
 
Fátima Fernandes